sexta-feira, 16 de abril de 2010

Veio de mansinho...

Imperdoavelmente
Tomou conta de mim
Delicadamente
Foi chegando assim:
"De mansinho
Como uma brisa
Que cruzou o meu caminho
E em mim desliza
Sem me aperceber
Foi entrando
Não consegui entender
O que estava a acontecendo
Veio calmamente
Não pediu autorização
E ficou lá permanente
Fala como quer
Só faz o que quer
Livre a comandar
O lugar onde está a viver
Sem poderes para lutar
Contra algo tão forte
Deixo-me ficar
Esperando pela sorte
Veio sem nem dizer
E lá se aconchegou
E eu sem saber o que fazer
Fico com medo do que entrou
Qual será a minha sorte
Com algo assim
Peço que me liberte
Mas continua dentro de mim
Entrou sem pedir
E deixou-me a delirar
Não sei se vai sair
Nem sei que nome lhe devo dar!

ISABEL BRUM, Concurso Literário Camões

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